domingo, 8 de novembro de 2009

HOMENAGEM AO REI DOS ARTISTAS


Em um dia de grande inspiração, Platão conclamou os homens que – por sua visão clara e precisa das coisas – podiam abandonar a caverna da ignorância, a retornarem para junto de seus irmãos menos afortunados, a fim de guiá-los pelos caminhos da sabedoria. Agora, passados quase 25 séculos, estamos diante de um fato que se repete (ó, bendito eterno retorno!): deixando por momentos o alto de sua morada celeste, nosso venerado Rei volta novamente seus olhos para uma humanidade sedenta de iluminação. Como se um homem comum fôra (e, aqui, não poderíamos deixar de fazer uma analogia com Cristo, outro rei não menos importante), nosso mestre utiliza as páginas de um grande jornal – ainda maior, agora que conta com a sua presença – para mostrar uma luz no fim do túnel para uma arte que vem perdendo sua nobreza original, conspurcada pelos mesquinhos interesses monetários e materialistas. Quando tudo parecia perdido, eis que surge esse Dom Quixote redivivo, com sua pena guerreira sempre pronta a demolir os moinhos de vento da ignorância e do obscurantismo. Sófocles e Ésquilo, Shakespeare e Racine, Nelson Rodrigues e Pernambuco de Oliveira podem sorrir novamente em sua eterna morada, sabendo que as artes cênicas renascem das cinzas graças ao sopro benfazejo de seu novo protetor. Ave Rei, a ribalta te saúda!!!