terça-feira, 29 de dezembro de 2009

CINEMA - LANÇAMENTO


O DIA EM QUE PEGARAM JESUS PARA CRISTO

Depois de explorar as entrelinhas eróticas do Novo Testamento, no clássico moderno A Paixão de Cristo e Maria Madalena, o diretor Mamão-com-Mel Gibson mostra uma outra faceta de Jesus: o masoquista lascivo. Enquanto Cristo apanha mais do que time nordestino no Brasileirão, os crentes se comoverão, os descrentes se divertirão e os sádicos vão lamber os beiços e pedir uma continuação, que deve ficar pronta antes do Dia do Juízo Final.

RIQUITO REI

COMENTÁRIOS DOS LEITORES


Patty Farias, do bairro de Vila Suazilândia (SP), nos escreve:

- Já vi que vocês gostam de pegar pesado... Será que tem lugar pra mim, aí no Covil?


- Querida Patty, por enquanto, nossa estrutura microeconômica ainda não comporta investimentos desta magnitude. Logo que sair o nosso patrocínio da Petrosal, estaremos com mais disponibilidade para realizar aplicações em fundos de longo prazo, e aí podemos chamar você para uma entrevista. Enquanto aguarda o nosso eterno retorno, mantenha a sua matéria em movimento.

A TRISTE PARTIDA


Patativa do Assaré

com Luiz Gonzaga


Setembro passou
Outubro e Novembro
Já tamo em Dezembro
Meu Deus, que é de nós,
Meu Deus, meu Deus
Assim fala o pobre
Do seco Nordeste
Com medo da peste
Da fome feroz
Ai, ai, ai, ai

A treze do mês
Ele fez experiência
Perdeu sua crença
Nas pedras de sal,
Meu Deus, meu Deus
Mas noutra esperança
Com gosto se agarra
Pensando na barra
Do alegre Natal
Ai, ai, ai, ai

Rompeu-se o Natal
Porém barra não veio
O sol bem vermeio
Nasceu muito além
Meu Deus, meu Deus
Na copa da mata
Buzina a cigarra
Ninguém vê a barra
Pois barra não tem
Ai, ai, ai, ai

Sem chuva na terra
Descamba Janeiro,
Depois fevereiro
E o mesmo verão
Meu Deus, meu Deus
Entonce o nortista
Pensando consigo
Diz: "Isso é castigo
não chove mais não"
Ai, ai, ai, ai

Apela pra Março
Que é o mês preferido
Do santo querido
Senhor São José
Meu Deus, meu Deus
Mas nada de chuva
Tá tudo sem jeito
Lhe foge do peito
O resto da fé
Ai, ai, ai, ai

Agora pensando
Ele segue outra tria
Chamando a famia
Começa a dizer
Meu Deus, meu Deus
Eu vendo meu burro
Meu jegue e o cavalo
Nós vamos a São Paulo
Viver ou morrer
Ai, ai, ai, ai

Nós vamos a São Paulo
Que a coisa tá feia
Por terras alheia
Nós vamos vagar
Meu Deus, meu Deus
Se o nosso destino
Não for tão mesquinho
Cá e pro mesmo cantinho
Nós torna a voltar
Ai, ai, ai, ai

E vende seu burro
Jumento e o cavalo
Inté mesmo o galo
Venderam também
Meu Deus, meu Deus
Pois logo aparece
Feliz fazendeiro
Por pouco dinheiro
Lhe compra o que tem
Ai, ai, ai, ai

Em um caminhão
Ele joga a famia
Chegou o triste dia
Já vai viajar
Meu Deus, meu Deus
A seca terrível
Que tudo devora
Lhe bota pra fora
Da terra natá
Ai, ai, ai, ai

O carro já corre
No topo da serra
Oiando pra terra
Seu berço, seu lar
Meu Deus, meu Deus
Aquele nortista
Partido de pena
De longe acena
Adeus meu lugar
Ai, ai, ai, ai

No dia seguinte
Já tudo enfadado
E o carro embalado
Veloz a correr
Meu Deus, meu Deus
Tão triste, coitado
Falando saudoso
Seu filho choroso
Exclama a dizer
Ai, ai, ai, ai

De pena e saudade
Papai sei que morro
Meu pobre cachorro
Quem dá de comer?
Meu Deus, meu Deus
Já outro pergunta
Mãezinha, e meu gato?
Com fome, sem trato
Mimi vai morrer
Ai, ai, ai, ai

E a linda pequena
Tremendo de medo
"Mamãe, meus brinquedo
Meu pé de fulô?"
Meu Deus, meu Deus
Meu pé de roseira
Coitado, ele seca
E minha boneca
Também lá ficou
Ai, ai, ai, ai

E assim vão deixando
Com choro e gemido
Do berço querido
Céu lindo azul
Meu Deus, meu Deus
O pai, pesaroso
Nos filho pensando
E o carro rodando
Na estrada do Sul
Ai, ai, ai, ai

Chegaram em São Paulo
Sem cobre quebrado
E o pobre acanhado
Procura um patrão
Meu Deus, meu Deus
Só vê cara estranha
De estranha gente
Tudo é diferente
Do caro torrão
Ai, ai, ai, ai

Trabaia dois ano,
Três ano e mais ano
E sempre nos prano
De um dia vortar
Meu Deus, meu Deus
Mas nunca ele pode
Só vive devendo
E assim vai sofrendo
É sofrer sem parar
Ai, ai, ai, ai

Se arguma notícia
Das banda do norte
Tem ele por sorte
O gosto de ouvir
Meu Deus, meu Deus
Lhe bate no peito
Saudade lhe molho
E as água nos óio
Começa a cair
Ai, ai, ai, ai

Do mundo afastado
Ali vive preso
Sofrendo desprezo
Devendo ao patrão
Meu Deus, meu Deus
O tempo rolando
Vai dia e vem dia
E aquela famia
Não vorta mais não
Ai, ai, ai, ai

Distante da terra
Tão seca mas boa
Exposto à garoa
À lama e o paú
Meu Deus, meu Deus
Faz pena o nortista
Tão forte, tão bravo
Viver como escravo
No Norte e no Sul
Ai, ai, ai, ai

http://www.4shared.com/file/184092514/5b9016bc/Patativa_do_Assar__Triste_Part.html

A TURMA DO COVIL


MEFISTÓFELES GOMES

Nosso poeta, descendente de uma tradicional família aristocrática da capital paulistana, teve uma infância precoce. Criado pela avó, ele logo voltou-se para a poesia, uma arte que lhe permitia expressar o que havia de mais íntimo no seu ser sem o risco de contrair doenças venéreas. Viciado em banana-passa e campeão amador de biribol, Mefistófeles Gomes tornou-se conhecido em toda a região da Praça da Sé como "O vate da padoca", já que costuma passar suas noites de insônia comendo croquetes vegetarianos em uma padaria 24 horas. Dono de um estilo ao mesmo tempo sóbrio e fulgurante, Gomes viu sua fama espalhar-se por Carapicuíba e Mogi-Mirim, sendo um dos poetas mais recitados nos convescotes promovidos pelo Rotary Club de Votorantim. Sócio-fundador do "Covil dos Iluministas" e detentor da cadeira 37 da Academia de Ciências e Letras da Ilha Porchat, ele prepara o seu mais novo livro de poemas, intitulado Passaralhos de fogo.

MACHADO DE ASSIS


A Semana, 16 de junho de 1895

O AUTOR DE SI MESMO


Guimarães chama-se ele; ela Cristina. Tinham um filho, a quem puseram o nome de Abílio. Cansados de lhe dar maus tratos, pegaram do filho, meteram-no dentro de um caixão e foram pô-lo em uma estrebaria, onde o pequeno passou três dias, sem comer nem beber, coberto de chagas, recebendo bicadas de galinhas, até que veio a falecer. Contava dous anos de idade. Sucedeu este caso em Porto Alegre, segundo as últimas folhas, que acrescentam terem sido os pais recolhidos à cadeia, e aberto o inquérito. A dor do pequeno foi naturalmente grandíssima, não só pela tenra idade, como porque bicada de galinha dói muito, mormente em cima de chaga aberta. Tudo isto, com fome e sede, fê-lo passar "um mau quarto de hora", como dizem os franceses, mas um quarto de hora de três dias; donde se pode inferir que o organismo do menino Abílio era apropriado aos tormentos. Se chegasse a homem, dava um lutador resistente; mas a prova de que não iria até lá, é que morreu.
Se não fosse Schopenhauer, é provável que eu não tratasse deste caso diminuto, simples notícia de gazetilha. Mas há na principal das obras daquele filósofo um capítulo destinado a explicar as causas transcendentes do amor. Ele, que não era modesto, afirma que esse estudo é uma pérola. A explicação é que dous namorados não se escolhem um ao outro pelas causas individuais que presumem, mas porque um ser, que só pode vir deles, os incita e conjuga. Apliquemos esta teoria ao caso Abílio.
Um dia Guimarães viu Cristina, e Cristina viu Guimarães. Os olhos de um e de outro trocaram-se, e o coração de ambos bateu fortemente. Guimarães achou em Cristina uma graça particular, alguma cousa que nenhuma outra mulher possuía. Cristina gostou da figura de Guimarães, reconhecendo que entre todos os homens era um homem único. E cada um disse consigo: "Bom consorte para mim!" O resto foi o namoro mais ou menos longo, o pedido da mão da moça, as formalidades, as bodas. Se havia sol ou chuva, quando eles casaram, não sei; mas, suponho um céu escuro e o vento minuano, valeram tanto como a mais fresca das brisas debaixo de um céu claro. Bem-aventurados os que se possuem, porque eles possuirão a terra. Assim pensaram eles. Mas o autor de tudo, segundo o nosso filósofo, foi unicamente Abílio. O menino, que ainda não era menino nem nada, disse consigo, logo que os dous se encontraram: "Guimarães há de ser meu pai e Cristina há de ser minha mãe; é preciso que nasça deles, levando comigo, em resumo, as qualidades que estão separadas nos dous". As entrevistas dos namorados era o futuro Abílio que as preparava; se eram difíceis, ele dava coragem a Guimarães para afrontar os riscos, e paciência a Cristina para esperá-lo. As cartas eram ditadas por ele. Abílio andava no pensamento de ambos, mascarado com o rosto dela, quando estava no dele, e com o dele, se era no pensamento dela. E fazia isso a um tempo, como pessoa que, não tendo figura própria, não sendo mais que uma idéia específica, podia viver inteiro em dous lugares, sem quebra da identidade nem da integridade. Falava nos sonhos de Cristina com a voz de Guimarães, e nos de Guimarães com a de Cristina, e ambos sentiam que nenhuma outra voz era tão doce, tão pura, tão deleitosa.
Enfim, nasceu Abílio. Não contam as folhas cousa alguma acerca dos primeiros dias daquele menino. Podiam ser bons. Há dias bons debaixo do sol. Também não se sabe quando começaram os castigos, - refiro-me aos castigos duros, os que abriram as primeiras chagas, não as pancadinhas do princípio, visto que todas as cousas têm um princípio, e muito provável é que nos primeiros tempos da criança os golpes fossem aplicados diminutivamente. Se chorava, é porque a lágrima é o suco da dor. Demais, é livre - mais livre ainda nas crianças que mamam, que nos homens que não mamam.
Chagado, encaixotado, foi levado à estrebaria, onde, por um desconcerto das cousas humanas, em vez de cavalos, havia galinhas. Sabeis já que estas, mariscando, comiam ou arrancavam somente pedaços da carne de Abílio. Aí, nesses três dias, podemos imaginar que Abílio, inclinado aos monólogos, recitasse este outro de sua invenção: "Quem mandou aqueles dous casarem-se para me trazerem a este mundo? Estava tão sossegado, tão fora dele, que bem podiam fazer-me o pequeno favor de me deixarem lá. Que mal lhes fiz eu antes, se não era nascido? Que banquete é este em que o convidado é que é comido?".
Nesse ponto do discurso é que o filósofo de Dantzig, se fosse vivo e estivesse em Porto Alegre, bradaria com a sua velha irritação: "Cala a boca, Abílio. Tu não só ignoras a verdade, mas até esqueces o passado. Que culpa podem ter essas duas criaturas humanas, se tu mesmo é que os ligaste? Não te lembras que, quando Guimarães passava e olhava para Cristina, e Cristina para ele cada um cuidando de si, tu é que os fizeste atraídos e namorados? Foi a tua ânsia de vir a este mundo que os ligou sob a forma de paixão e de escolha pessoal. Eles cuidaram fazer o seu negócio, e fizeram o teu. Se te saiu mal o negócio, a culpa não é deles, mas tua, e não sei se tua somente... Sobre isto, é melhor que aproveites o tempo que ainda te sobrar das galinhas, para ler o trecho da minha grande obra, em que explico as cousas pelo miúdo. é uma pérola. Está no tomo II, livro IV, capítulo XLIV... Anda, Abílio, a verdade é verdade - ainda à hora da morte. Não creias nos professores de filosofia, nem na peste de Hegel...
E Abílio, entre duas bicadas:
- Será verdade o que dizes, Artur; mas é também verdade que, antes de cá vir, não me doía nada, e se eu soubesse que teria de acabar assim, às mãos dos meus próprios autores, não teria vindo cá. Ui! Ai!

OS GRANDES SUCESSOS DE EDDIE CANTOR


AIN'T SHE SWEET
http://www.4shared.com/audio/CNju3KXe/Eddie_Cantor__Aint_she_sweet_.html

YES SIR, THAT'S MY BABY!
http://www.4shared.com/audio/8m1EZt0Z/Eddie_Cantor__Yes_sir_thats_my.html

TOUT VA TRÈS BIEN, MADAME LA MARQUISE


Paul Misraki, Bach & Laverne

com Ray Ventura et ses Collégiens


Allô! Allô! James! Quelle nouvelle?
Absente depuis quinze jours,
Au bout du fil je vous appelle.
Que trouverai-je à mon retour?

Tout va très bien,
Madame la Marquise
Tout va très bien, tout va très bien
Pourtant il faut,
Il faut que l'on vous dise,
On déplore un tout petit rien,
Un incident,
Une bêtise,
La mort de votre jument grise.
Mais à part ça,
Madame la Marquise
Tout va très bien, tout va très bien

Allô! Allô! Martin! Quelle nouvelle?
Ma jument grise morte aujourd'hui?
Expliquez-moi, cocher fidèle
Comment cela s'est-il produit?

Cela n'est rien,
Madame la Marquise
Cela n'est rien,
Tout va très bien.
Pourtant il faut,
Il faut que l'on vous dise,
On déplore un tout petit rien.
Elle a péri
Dans l'incendie
Qui détruisit vos écuries
Mais à part ça,
Madame la Marquise
Tout va très bien, tout va très bien

Allô! Allô! Pascal! Quelle nouvelle?
Mes écuries ont donc brûlé?
Expliquez-moi, mon chef modèle
Comment cela s'est-il passé?

Cela n'est rien,
Madame la Marquise
Cela n'est rien,
Tout va très bien.
Pourtant il faut,
Il faut que l'on vous dise,
On déplore un tout petit rien.
Si l'écurie brûla, madame
C'est que l'château était en flamme
Mais à part ça,
Madame la Marquise
Tout va très bien, tout va très bien

Allô! Allô! Lucas! Quelle nouvelle?
Notre château est donc détruit?
Expliquez-moi, car je chancelle.
Comment cela s'est-il produit?

Eh bien! voilà madame la Marquise.
Apprenant qu'il était ruiné,
A pein' fut-il rev'nu de sa surprise
Que m'sieu l'marquis s'est suicidé,
Et c'est en ramassant la pell'
Qu'il renversa tout's les chandell's
Mettant le feu à tout l'château
Qui s'consuma de bas en haut.
Le vent soufflant sur l'incendie
Le propagea sur l'écurie,
Et c'est ainsi qu'en un moment
On vit périr votre jument,
Mais à part ça,
Madame la Marquise
Tout va très bien, tout va très bien

RIVAIS PROTESTAM CONTRA A ESCOLHA DE RIQUITO REI COMO "CRÍTICO DO ANO"


Do alto da sua célebre gigalomania, nosso querido colaborador RIQUITO REI deu uma declaração lacônica mas taxativa:
"- Já estou acostumado a ver os meus títulos serem protestados!"

EM TEMPO DE FÉRIAS...


A filósofa Regina Schöpke diverte-se na praia, na companhia das suas amigas importadas, Paula Pepper e Teteka Gardner. Regina está terminando seu novo livro, Alergia, a coceira maior, que tratará do ser doente heideggeriano.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A TURMA DO COVIL


ROGER MELLO

Um dos nossos mais passivos colaboradores é, sem sombra de dúvida, o ilustrador, escritor, dramaturgo e antropólogo amador Roger Mello. Alguns críticos da política nacional dizem que Roger Mello foi a última coisa de valor que fizeram em Brasília, enquanto outros dizem que foi a única. A foto registra o momento exato em que Roger soube que tinha sido escolhido para colaborar gratuitamente com o nosso Blog.

LULA ELEITO "O HOMEM DO ANO"


Riquito Rei protesta:


- E EU?!?!

A SAÚDE DO PRESIDENTE


Cheia de intimidade com a medicina, Dilma tranquiliza o presidente, que está hesitando em fazer o seu primeiro exame de próstata.

LULA CHORA VENDO SEU FILME


"- Caráio! nem eu sabia que a minha vida tinha sido tão emocionante!!!"

FIDEL ACAMADO


Em visita à capital cubana, Hugo Chavez leva seu consolo a Fidel Castro e garante:
"- O comandante aguentará tudo isso!!!"

DEPOIS DE SETE ANOS DE GOVERNO LULA...


... o brasileiro está mais bunda-mole do que nunca!!!

LULA ACREDITA QUE PODE TRANSFERIR VOTOS PARA DILMA


É bem possível!!!

É TEMPO DE FÉRIAS!!!


Nada de esquentar a cabeça!!!

RONALDO GARANTE QUE VAI À COPA


Mas só se conseguir abandonar a cozinha!!!

CIENTISTAS ESTÃO PESQUISANDO OS ELEITORES DO PT


O objetivo é descobrir o que essa gente tem na cabeça. Até agora, não acharam nada!

SABEDORIA DO COVIL



"Neste mundo, só existem duas coisas realmente engraçadas: as que são engraçadas e as que não são".

NO REINADO DO PRESIDENTE LULA, A MODA DA PINGA VOLTA COM TUDO


A MODA DA PINGA

Ochelsis Laureano & Raul Torres

Co'a marvada pinga é que eu me atrapaio
Eu entro na venda e já dô meus taio
Pego no copo e dali num saio
Ali mesmo eu bebo, ali mesmo eu caio
Só pra carregá é queu dô trabaio, oi lá!

Venho da cidade, já venho cantando
Trago um garrafão que venho chupando
Venho pros caminho, venho trupicando
Chifrando os barranco, venho cambeteando
E no lugar que eu caio já fico roncando, oi lá!

O marido me disse, ele me falô
Largue de bebê, peço pro favô
Prosa de home nunca dei valô
Bebo com o sor quente pra esfriá o calô
E bebo de noite que é pra fazer suadô, oi lá!

Cada vez que eu caio, caio deferente
Me arço pra trás e caio pra frente
Caio devagar, caio derepente
Vou de currupio, vou deretamente
Mas sendo de pinga eu caio contente, oi lá!

Pego o garrafão é já balanceio
Que é pra mor de vê se tá mesmo cheio
Num bebo de vez por que acho feio
No primeiro gorpe chego inté no meio
No segundo trago é que eu desvazeio, oi lá!

Eu bebo da pinga porque gosto dela
Eu bebo da branca, bebo da amarela
Bebo no copo, bebo na tigela
Bebo temperada com cravo e canela
Seja quarqué tempo vai pinga na goela, oi lá!

Eu fui numa festa no rio Tietê
Eu lá fui chegando no amanhecê
Já me deram pinga pra mim bebê
Já me deram pinga pra mim bebê, tava sem fervê

Eu bebi demais e fiquei mamada
Eu cai no chão e fiquei deitada
Aí eu fui pra casa de braços dado
Ai de braço dado ai com dois sordado
Ai, muito obrigado!

domingo, 27 de dezembro de 2009

RADICAIS LIVRES



L'Express, 27. 09. 2007


LA FACE CACHÉE DU CHE

Par Axel Gyldén


Héros et guérillero: le mythe du Che perdure. Quarante ans après la mort de l'icône de la révolution cubaine, ses exactions restent un sujet tabou. L'Express a retrouvé quelques-uns de ses anciens compagnons de route, aujourd'hui en exil. Leurs récits font froid dans le dos.
Avec sa gueule d'ange et son béret à étoile, l'Argentin Ernesto «Che» Guevara incarne à lui seul la pureté originelle de la révolution cubaine. Son effigie de héros populaire a acquis, depuis une quarantaine d'années, l'aura d'une icône. Quelque 20 millions de personnes, à travers le monde, posséderaient un tee-shirt à l'image du «rebelle éternel», assassiné le 9 octobre 1967 dans un village de Bolivie. La mythologie aurait-elle faussé notre perception de la réalité? Ceux qui l'ont connu aux premières heures de sa fulgurante carrière portent, en tout cas, un autre regard sur le «guérillero romantique». Anciens compagnons d'armes ou victimes, ils brossent le portrait d'un être froid. Brutal. Autoritaire. Et aux mains tachées du sang de nombreux innocents.
Luciano Medina, d'abord. A 81 ans, robuste, volubile et enjoué, il reste ce guajiro (paysan) qu'il fut au temps de la révolution quand il était le facteur personnel de Fidel Castro. Dans la sierra Maestra, en 1957 et 1958, c'est lui qui acheminait les messages du comandante en jefe à travers les lignes ennemies aux autres comandantes: Raúl Castro, Camilo Cienfuegos ou encore Ernesto «Che» Guevara. «C'est simple, je les ai tous connus», lance l'ex-coursier, dont la voix rocailleuse retentit dans le deux-pièces exigu de Miami (Floride) qu'il occupe depuis les années 1970. «Guevara? Il traitait mal les gens. Très mal», insiste Medina. Les deux hommes se sont fréquentés, deux mois durant, en avril-mai 1958, dans le campement de La Otilia, près de Las Minas de Bueycito. «Un jour que je lisais Sélection du Reader's Digest, peinard dans mon hamac, le Che, furieux, m'arrache la revue des mains et s'écrie: "Pas de journaux impérialistes ici! " Mais surtout, il tuait comme on avale un verre d'eau. Avec lui, c'était vite vu, vite réglé. Un matin, vers 9 heures, nous déboulons au Rancho Claro, une petite exploitation de café appartenant à un certain Juan Perez. Aussitôt, le Che accuse le fermier d'être un mouchard à la solde de la dictature de Batista. En réalité, le seul tort de ce pauvre homme était de dire haut et fort qu'il n'adhérait pas à la révolution.» Une heure plus tard, le malheureux caféiculteur est passé par les armes devant sa femme et ses trois enfants de 1, 3 et 4 ans. «Les voisins étaient traumatisés, indignés. Et nous, la troupe, nous étions écoeurés. Avec trois autres compañeros, nous avons ensuite quitté le Che pour rejoindre un autre campement.» A l'image de Juan Perez, 15 «traîtres», «mouchards», ou supposés tels, devaient pareillement être liquidés sur ordre de Guevara, entre 1957 et 1958. Et ce n'était qu'un début.
Aujourd'hui retraité en Floride, mais autrefois capitaine au sein de la fameuse colonne n° 8, celle de Che Guevara, Eduardo Perez, 71 ans, conserve, lui aussi, un souvenir pour le moins mitigé de son supérieur hiérarchique. Selon cet ex-comptable devenu révolutionnaire, le guérillero argentin se montrait hermétique à l'esprit de camaraderie qui régnait à tous les échelons de l'armée rebelle. Il en veut pour preuve ce récit édifiant: en novembre 1958, le Che envoie 30 de ses hommes, dont Eduardo Perez, en première ligne. Leur mission: tendre une embuscade à l'armée du dictateur Batista, dont une colonne, partie de Fomento, se dirige alors vers le massif de l'Escambray, où se trouve le Che. «Après une minutieuse préparation, nous lançons l'assaut vers 14 heures. Mais, deux heures plus tard, notre position n'est plus tenable en raison de la puissance de feu adverse. Du coup, nous décidons de nous replier d'un kilomètre. Mais, quand le Che a pris connaissance de notre recul, il nous a coupé les vivres!» Une journée passe, sans rien à se mettre sous la dent. Puis deux, puis trois...
Finalement, après soixante-douze heures de diète forcée, le détachement est à nouveau ravitaillé grâce au commandant Camilo Cienfuegos, qui, venu du nord, passait dans le secteur avec ses hommes pour livrer une cargaison d'armes à Guevara. «Ayant appris notre sort, Camilo nous a fait livrer d'autres rations. Plus tard, il a, paraît-il, sermonné le Che: "Que nos hommes soient tués par ceux de Batista, d'accord; mais qu'ils meurent de faim, non! "»
Au fond, même si les portraits géants du Che jalonnent leur île, ce sont sans doute les Cubains qui sont les moins sensibles au «charme» de l'icône planétaire de la révolution. Tel est l'avis d'Agustin Alles Sobreron, toujours fringant malgré ses 81 ans et qui rédige, ces jours-ci, ses Mémoires de guerre. En mars 1958, ce journaliste, accompagné d'un photographe, fut le premier reporter cubain à rencontrer, pendant de longs mois, successivement, Che Guevara et Fidel Castro dans la sierra Maestra. Un scoop publié sous la forme d'un article-fleuve dans la prestigieuse revue cubaine Bohemia (aujourd'hui disparue), où le Che s'offusque qu'on lui prête des sympathies communistes: «Je suis un militaire, rien de plus!»
«En arrivant dans le campement du Che, raconte l'ancien reporter, j'ai été frappé par sa remarquable organisation. Le bivouac possédait son propre four à pain, un petit hôpital et un émetteur de la clandestine Radio Rebelde. Tout était beaucoup mieux tenu que chez Fidel... Mais j'ai, aussi, vite remarqué que le Che ne comprenait rien à la mentalité des Cubains. Ils sont blagueurs, conviviaux et, soyons francs, un peu bordéliques; lui était réservé, intériorisé, rigide. Pas vraiment antipathique mais imbu de lui-même et un peu arrogant. En un mot, c'était l'Argentin typique!»
Quoi qu'il en soit, le 1er janvier 1959, jour du triomphe de la révolution cubaine, Che Guevara est célébré en héros. C'est lui qui, par la prise stratégique de la ville de Santa Clara, située dans le centre du pays, a fait sauter le dernier verrou et ouvert la voie de la victoire vers La Havane (dans l'ouest du pays). Dans la capitale, c'est la liesse. Et pour «el Che», une nouvelle vie commence. Fidel Castro le nomme commandant de la Cabaña, prison qui domine le port de la capitale. Derrière les hauts murs de cette ancienne forteresse coloniale, le guérillero argentin va écrire, au cours de l'année 1959, les pages les plus ténébreuses de la révolution cubaine - et de sa propre histoire.
Minimisée par de nombreux biographes de Che Guevara, cette période restera pourtant gravée à jamais dans la mémoire collective des Cubains. Tandis que Castro chauffe à blanc la population par ses discours enflammés, Guevara prend en charge les basses oeuvres. Selon Armando Lago, vice-président de l'institut de recherches Cuba Archive, 164 personnes sont envoyées au paredon (peloton d'exécution) de la Cabaña entre le 3 janvier et le 26 novembre, date à laquelle Guevara quitte la carrière pénitentiaire. Cette célérité fait de lui le plus grand meurtrier de l'histoire de la révolution cubaine (216 meurtres au total), devancé seulement par Raúl Castro, responsable, directement ou non, de 551 exécutions. Quant à Fidel, sans doute plus calculateur et soucieux de la postérité, il n'a jamais commis l'imprudence de se tacher les mains de sang.
En ce début d'année 1959, à la Cabaña, où s'entassent 900 détenus, on fusille tous les jours, généralement le soir. Pour partie, les condamnés à la peine capitale sont des membres de la dictature déchue, coupables de crimes avérés. Mais dans le couloir de la mort se trouvent aussi de simples opposants politiques et nombre d'innocents. C'est le cas de l'agent de police Rafael Garcia, 26 ans, de la Section radio-motorisée de La Havane. Accusé, à tort, d'avoir participé à l'assassinat d'un membre du Mouvement du 26 juillet, le parti de Castro, ce simple flic est condamné à mort, le 13 mars, à l'issue d'un simulacre de procès vite expédié. Son exécution est programmée pour le 18. Mais sa famille remue ciel et terre, réunit les preuves de son innocence et produit des témoignages à décharge. Le tribunal, en appel, n'en tient aucun compte. Sergio Garcia, frère du condamné, obtient un rendez-vous avec Che Guevara. «Je lui ai dit: "Regardez le dossier, il y a erreur, vous verrez par vous-même." Alors Guevara m'a regardé et, l'air narquois, il a lâché: "Votre frère est peut-être innocent, mais il portait l'uniforme bleu. Alors il doit mourir." Puis il m'a congédié.» Quarante-huit ans plus tard, dans son appartement du quartier de Little Havana, à Miami, Sergio Garcia tient à lire, à voix haute, la dernière lettre que son frère adressa à sa jeune épouse. La voix est blanche, ses mains tremblantes, ses yeux soudain humides: «Mon amour adoré, ceci est la dernière lettre de ma vie. Nos quatre mois de mariage furent les plus beaux du monde. Je suis fier de ma famille. Je vous aime à la folie. La seule chose qui me peine est que je meurs innocent. Je dois te laisser, mon amour, car je crois qu'ils viennent me chercher. Rendez-vous dans l'autre vie où nous nous retrouverons, ma chérie. Rafael.»
Témoin clef de cette période, le père Javier Arzuaga, aumônier de la prison de la Cabaña, aura mis près de cinq décennies à rompre le silence. Dans Cuba 1959: La Galera de la Muerte (Cuba 1959. Le couloir de la Mort), publié l'année dernière à Porto Rico, celui qui recueillait les confessions des condamnés et les accompagnait dans leurs derniers instants affirme que des dizaines d'entre eux étaient innocents. «Le Che n'a jamais cherché à dissimuler sa cruauté, souligne-t-il. Bien au contraire. Plus on sollicitait sa compassion, plus il se montrait cruel. Il était complètement dévoué à son utopie. La révolution exigeait qu'il tue, il tuait; elle demandait qu'il mente, il mentait.» A la Cabaña, lorsque les familles rendent visite à leurs proches, Guevara, comble du sadisme, va jusqu'à exiger qu'on les fasse passer devant le mur d'exécution, maculé de sang frais...
«Je crois qu'en définitive cela lui plaisait de tuer des gens», estime Huber Matos, qui, en qualité de commandante de la revolucion fut l'alter ego du guérillero argentin, avant d'être condamné à vingt ans de cachot, à la fin de 1959, pour avoir dénoncé la dérive autoritaire du mouvement. «Au début, dans la sierra Maestra, nous avons noué une amitié qui reposait sur des affinités intellectuelles. Comme lui, j'avais une formation universitaire. Mais, quand j'ai su ce qu'il faisait à la Cabaña, j'ai pris mes distances. Tout le monde savait ce qui se passait là-bas...»

EM TEMPO DE FÉRIAS...


A filósofa Regina Schöpke descansa enquanto se prepara para escrever o seu mais novo livro

AS ELEIÇÕES ESTÃO CHEGANDO


Governo federal acelera as obras do PAC

PHILIPPE ARIÈS E O NASCIMENTO DA MORTE


Mauro Baladi

Somos muitas vezes tomados por aquilo que poderíamos chamar de "ilusão retrospectiva", pela crença de que nossos atos, valores e anseios - assim como as idéias que os motivam e legitimam - estiveram e estarão sempre presentes no homem e em suas sociedades. Temos a confortadora impressão de que trabalhamos, nos casamos e nos relacionamos com nossos amigos ou com o dinheiro como fizeram nossos pais e avós, descontadas as comodidades e exigências do mundo atual. Assim, consideramos que as mudanças - quando se tornam por demais perceptíveis - são simples acidentes passageiros e reversíveis, que se dão em objetos atemporais (a família, o Estado, o amor...), essencialmente perfeitos e isentos de corrupção.
Uma das características desta ilusão é nos convencer de que as palavras - tais como "honra", "moral" ou "amizade" - trazem sempre consigo um sentido absoluto que nós, individualmente ou em sociedade, somos mais ou menos capazes de compreender e traduzir para nossa existência. Tal como Sócrates, nos diálogos platônicos, achamos que os exemplos concretos devem, necessariamente, reproduzir - com maior ou menor fidelidade - modelos que nos servem como parâmetros de avaliação (o que autoriza os moralistas a dizerem, por exemplo, que a humanidade atual está degenerada ou decadente).
Porém, uma das mais instigantes vertentes da pesquisa histórica - a "história das mentalidades" - surgiu como um instrumento de desmistificação destas falsas memórias coletivas, destas permanências ilusórias, buscando identificar as mudanças de atitude com relação a objetos que, diante de um exame mais rigoroso, subsistem apenas como palavras, cujo significado vai abarcando sempre novos conjuntos de elementos ao longo de sua história. Deste devir não escapam nem os nossos atos mais triviais e cotidianos, nem mesmo aquilo que parece ser mais imune às transformações: nossa relação com a morte.
É justamente este o tema do livro "História da Morte no Ocidente - da Idade Média aos nossos dias", do historiador francês Philippe Ariès (1914-1984). Não se trata, propriamente falando, de uma história, mas de um conjunto de quatro conferências apresentadas em uma universidade norte-americana, seguidas por doze artigos (publicados entre 1966 e 1975). Trata-se, portanto, muito mais de uma antologia, onde estão reunidos trabalhos de diversas origens.
Na primeira parte - as conferências - Ariès esboça realmente uma pequena história da morte, que vai desde a Idade Média até os dias atuais (neste caso, a primeira metade dos anos 70). É, sem dúvida, a parte mais rica do livro, mostrando como a relação do homem com a morte deixou de ser familiar (nos tempos medievais) para se transformar em uma experiência extremamente traumática (no mundo contemporâneo). Utilizando exemplos literários, ele nos apresenta o homem medieval como um ser bastante integrado à ordem natural, aceitando sua morte com a resignação de quem se vê apenas como membro de uma espécie.
Já nos fins da Idade Média, começam a surgir preocupações de outra ordem, a partir do momento em que o homem adquire consciência de sua individualidade (e, portanto, de "sua" morte e das perdas que ela representa). Os testemunhos privilegiados são, então, os testamentos, onde são expressas as últimas vontades daquele que deseja "ordenar" sua passagem para o outro mundo e garantir a salvação de sua alma. Neste estágio, podemos dizer que o homem torna-se "proprietário" de sua morte, como mais tarde será do seu túmulo.
O próximo passo é a consciência da morte do "outro", com o nascimento de uma nova sensibilidade, oriunda de um novo modelo de relação familiar. A família extensa patriarcal, fundamento da sociedade feudal, não serve mais para um mundo que se torna cada vez mais urbano e onde o poder já não é mais expresso pelo número de dependentes. Esta é a origem do luto ritualizado e do culto aos mortos nos cemitérios, algo que inexistia na Idade Média (quando os cemitérios eram apenas depósitos de cadáveres, quase sempre anônimos, a espera do juízo final).
Por fim, Ariès identifica um fenômeno que parece fechar o ciclo: a interdição da morte, transformada em tabu pelo mundo moderno. Longe de ser familiar, como para os medievais, a morte contemporânea é um acontecimento estranho e assustador, uma ruptura traumática com o cotidiano. O que parece ter contribuído para esta mudança é o grande aumento na expectativa geral de vida, tornando nossa morte e a dos que nos cercam uma perspectiva bastante vaga (mesmo que a realidade nos mostre o contrário).
A morte (sempre ela!) impediu Ariès de testemunhar o desenvolvimento destas mudanças, com a esperança de "salvação" cada vez mais transferida da religião para a ciência (das vacinas à criogenia, dos transplantes à clonagem). Mas a ciência, a grande patrocinadora da longevidade humana, não deixou de cobrar seu preço: o moribundo, que já transferira para a família quase todos os direitos sobre a sua morte, torna-se - no mundo atual - uma autêntica propriedade dos médicos. Depois de ser enclausurado em um hospital (do qual só sairá curado ou morto), o homem é compelido a outra espécie de resignação: não mais aos desígnios da natureza, mas ao poder daqueles que terminarão por transformá-lo num coadjuvante do seu próprio drama.


História da Morte no Ocidente, de Philippe Ariès
Tradução: Priscila Vianna de Siqueira
Ediouro, 2003

AS MÚSICAS DE PAPAI NOEL

TARZAN (O filho do alfaiate)

Noel Rosa

Quem foi que disse que eu era forte?
Nunca pratiquei esporte, nem conheço futebol...
O meu parceiro sempre foi o travesseiro
E eu passo o ano inteiro sem ver um raio de sol

A minha força bruta reside
Em um clássico cabide, já cansado de sofrer
Minha armadura é de casimira dura
Que me dá musculatura, mas que pesa e faz doer

Eu poso pros fotógrafos, e distribuo autógrafos
A todas as pequenas lá da praia de manhã
Um argentino disse, me vendo em Copacabana:
'No hay fuerza sobre-humana que detenga este Tarzan'

De lutas não entendo abacate
Pois o meu grande alfaiate não faz roupa pra brigar
Sou incapaz de machucar uma formiga
Não há homem que consiga nos meus músculos pegar

Cheguei até a ser contratado
Pra subir em um tablado, pra vencer um campeão
Mas a empresa, pra evitar assassinato
Rasgou logo o meu contrato quando me viu sem roupão

Eu poso pros fotógrafos, e distribuo autógrafos
A todas as pequenas lá da praia de manhã
Um argentino disse, me vendo em Copacabana:
'No hay fuerza sobre-humana que detenga este Tarzan'

Quem foi que disse que eu era forte?
Nunca pratiquei esporte, nem conheço futebol...
O meu parceiro sempre foi o travesseiro
E eu passo o ano inteiro sem ver um raio de sol

A minha força bruta reside
Em um clássico cabide, já cansado de sofrer
Minha armadura é de casimira dura
Que me dá musculatura, mas que pesa e faz doer


A gravação original de Almirante, de 1936

sábado, 26 de dezembro de 2009

DILMA, A AFILHADA DO BRASIL


Desde a sua mais tenra infância, a pequena Dilma aprendeu que a vida não era brinquedo não. Consciente de que o Brasil precisava de governantes sérios e carrancudos, Dilma iniciou-se bem cedo no aprendizado das complicadas questões administrativas e gerenciais. Aqui, vemos nossa candidata com um de seus primeiros assessores, no intervalo de uma reunião do comitê de gestão e planejamento da creche "Nossa Senhora do Aborto".

DEPOIS DE RECEBEREM MAIS UM AUMENTO, SENADORES SAEM DE FÉRIAS

MARADONA SEM MÁSCARA


"Podem me chamar de Fênix... Afinal, eu renasci do pó!!!"

"LULA, O FILHO DO BRASIL" É SUCESSO INTERNACIONAL

"Porque ainda não fizeram um pra mim?"


"Estão dizendo que é uma bomba... Tenho certeza de que vou adorar!!!"


"Minha maior tristeza é ter morrido antes da estréia"



"É o melhor filme que eu já vi em toda a minha vida!!!"

ELEIÇÕES 2010

REBECA GUSMÃO QUER VOLTAR AO ESPORTE


Quem é que vai ter coragem de proibir?

MST TENTA INVADIR O COVIL


O MST ("Movimento dos Sem-Texto"), realizou uma tentativa de invasão do nosso blog, aproveitando a nossa ressaca da noite de Natal. Segundo o líder dos bravos patriotas da terra alheia, João Pedro Sterile (mais conhecido como "O anarquista de Bagé"), o Covil dos Iluministas é um perfeito exemplo de latifúndio improdutivo.

SEGUINDO O EXEMPLO DE JESUS!


Padres pedófilos clamam:

"Vinde a mim as criancinhas!!!"

ESCÂNDALO NO VATICANO!

Papa tem o rabo preso e pode ser derrubado a qualquer momento!

RIQUITO REI ELEITO "O CRÍTICO DO ANO"


Por iniciativa do nosso crítico RIQUITO REI, o Covil dos Iluministas promoveu a escolha do "crítico do ano". O prêmio coube a RIQUITO REI, que - em suas próprias palavras - soube unir uma farta de dose de sólidos conhecimentos a um sofisticado estilo literário, sem nunca esquecer as suas maiores qualidades: a isenção e a equidade. Parabéns, RIQUITO REI, por mais esta conquista!!!!!

FIM DA IMPUNIDADE!!!!!!


BISPO VAI PARA O XADREZ!!!


Advogado protesta:

- Meu cliente não é do MEP, mas corre o risco de ser comido por um peão!

UMA PEQUENA CONFUSÃO...


Talvez, por falta de intimidade com as sutilezas da língua pátria, nosso unânime líder tenha se equivocado. Pensando que estava escolhendo a futura "governante" do Brasil, o que Lula nos arranjou foi uma futura "governanta".

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

CÚPULA DO PT SE REÚNE PARA A CEIA DE NATAL

DISPENSATA


SER VELHO É UMA MERDA!!!

É duro ser velho, especialmente quando tudo fica mole. Para quem tem o azar de não morrer cedo, só tem um único remédio - que é caro e ainda tem um monte de efeitos colaterais. O remédio é rir - desde que a dentadura esteja bem presa para não saltar para fora da boca. O único privilégio de ser velho - além do fato de furar a fila do banco - é poder fazer um monte de tolices e tirar proveito dos outros, já que todo mundo acha - com boa dose de razão - que os velhos são inúteis e gagás. Somente uma coisa é proibida ao velhinho brasileiro: ser pobre. Por mais múmia que seja, o velho rico tem ao menos o direito a uma pirâmide e a um sarcófago, enquanto o velho pobre tem sorte se consegue encontrar algum buraco para se enterrar na areia. A mensagem de sabedoria que podemos deixar para os mais jovens é: Não envelheçam, porque é realmente uma grande merda! Quanto aos velhos, resta um consolo: a esclerose e o Alzheimer vão fazer com que vocês logo se esqueçam desta mensagem e de todos os seus outros problemas.

NO MURO DAS LAMENTAÇÕES

Lamentando não ter um banheiro por perto, o papa abençoa o célebre monumento hebraico com um pouquinho de "água de joelho" benta.

CRÔNICAS DE LIMA BARRETO


O NOSSO ESPORTE

Quem abre qualquer um dos nossos jornais, principalmente nestes dias de centenário festejados faustosamente em meio da maior miséria, há de concluir que este nosso Rio de Janeiro não é o paraíso do jogo do bicho, a retorta monstruosa da politicagem, a terra dos despautérios municipais e de poetas.
Concluirá que é um imenso campo de football. Senão, vejam; os quotidianos ocupam uma ou duas colunas, em semana, com política, um cantinho com coisas de letras, algum pouco mais com as patacoadas do nosso teatro, quase nada com artes plásticas, tudo o mais de suas edições diárias, isto é, a quase totalidade da folha, enche-se com assassinatos, anúncios e football.
De resto, as gazetas têm razão. Vão ao encontro do gosto do público, seguem-no e, por sua vez, excitam-no. Toda a gente, hoje, nesta boa terra carioca, se não fica com os pés ferrados, ao menos com a cabeça cheia de chumbo, joga o tal sport ou esporte bretão, como eles lá dizem. Não há rico nem pobre, nem velho nem moço, nem branco nem preto, nem moleque nem almofadinha que não pertença virtualmente pelo menos, a um club destinado a aperfeiçoar os homens na arte de servir-se dos pés.
Até bem pouco, essa habilidade era apanágio de outra espécie animal; hoje, porém, os humanos disputam entre si o primado nela. Deixo a explicação desse fenômeno à inteligência e sagacidade dos sociólogos de profissão. O que verifico é que toda a nossa população anda apaixonada pela eurritmia dos pontapés e os poderes públicos protegem generosamente as associações que a cultivam.
Abram o Diário Oficial, lá verão, no orçamento e fora dele, as autorizações inúmeras ao governo para auxiliar com subvenções de cem, duzentos e mais contos, tais e quais ligas de "desportos", como eles, os sportmen, dizem, na sua comichão de vernaculismo.
As mais das vezes, essas subvenções ficam no caminho; mas, nem por isso, o congresso deixa de auxiliar o desenvolvimento físico dos nacionais do país.
Diabo! Uma alimentação sadia, uma habitação higiênica, um bom clima agem tão eficazmente sobre o nosso organismo como umas marradas ou uns pontapés dominicais, debaixo de um Sol ardente - não acham? E o dinheiro, dado para isto é mais empregado naquilo - penso eu.
A proteção dispensada ao football não se limita à que lhe dá o congresso. O Conselho Municipal vai além, porque o conselho, como toda a gente sabe, é composto do que há de mais fidalgo de sangue na nossa sociedade; e é próprio de fidalgos, tanto da Inglaterra como de Madagascar, amar toda a espécie de esporte, desde a escalada ao topo do "pau de sebo", em cuja ponta há uma grande pelega, até os raids de aeroplanos.
Sendo assim, o nosso Conselho Municipal derrama-se, esparrama-se, derrete-se em favores aos moços de mais de quarenta anos que se dão ao sacrifício de dar pontapés numa bola, para desenvolvimento dos respectivos mollets e gáudio das damas gentis que, assistindo-lhes as performances aprendem ao mesmo tempo o calão dos bairros escusos, com cujos termos os animam nas pugnas. É verdade que essas singulares vestais dos nossos modernos coliseus, às vezes, engalfinham-se no correr da luta. É que elas têm partido: uma é pelo leão do Atlas e a outra é pelo retiário.
Os nossos edis, tendo em conta esse aspecto de beleza do nosso football, isentaram-lhe de impostos, enquanto sobrecarregam os outros divertimentos de ônus asfixiantes; entretanto, uma função de football rende, às mais das vezes, uma fortuna, sem despesa alguma, enquanto as diversões outras...
A edilidade, porém, tem razão. Os clubes de football são de uma pobreza franciscana, tanto assim que há alguns que compram vitórias a peso de ouro, peitando jogadores dos contrários a contos de réis e mais...
Bem haja o Conselho Municipal que protege o desenvolvimento físico das pernas de alguns marmanjos! Ele se esquece de estimular os poetas, os músicos, os artistas naturais ou filhos adotivos da cidade que representa; mas, em compensação, dá "arras" de sua admiração pelos exímios "pontapedistas" de toda a parte do mundo. É mesmo essa a função de uma municipalidade.

A.B.C., Rio, 26-8-1922

CONTOS ORIENTAIS DO TIO BOM TSÉ TUNG


O MONGE FURIBUNDO

Dois monges zen estavam se preparando para atravessar um rio quando se encontraram com uma mulher muito jovem e bela que também queria atravessar, mas tinha medo.
Por isso, um dos monges colocou-a sobre os seus ombros e levou-a até a outra margem.
O outro monge ficou furioso. Ele não disse nada, mas fervia por dentro. Isso era proibido. Um monge budista não devia tocar em uma mulher, e este monge não só havia tocado em uma, mas ainda a tinha carregado nos ombros.
Eles percorreram muitas léguas, até chegarem ao mosteiro. Enquanto entravam, o monge que estava zangado voltou-se para o outro e disse:
- Terei que contar tudo ao mestre. Terei que informar o que aconteceu. É proibido.
- Do que você está falando? O que é proibido? - disse-lhe o outro.
- Será que você se esqueceu? Você carregou aquela bela mulher nos seus ombros - disse o monge furibundo.
O outro monge riu e logo disse:
- Sim, eu a carreguei. Mas deixei-a junto ao rio, muitas léguas atrás. Você, no entanto, ainda a está carregando...

JAZIGO DA POESIA (5)


PERI NO BANQUETE DOS CANIBAIS

Poema indianista vagamente inspirado
em um rodízio de picanha


Peri, o índio famoso,
Que de Tupã descendia
Foi convidado a jantar
Embora fosse de dia

Chegando sem arco e flecha
Na aldeia canibal
Viu Peri um grande horror
Que o deixou passando mal

Na fogueira já torrava
Num espeto muito grosso
Um sujeito que chorava
Mais que cachorro sem osso

"Eis a nossa refeição!"
Gritava o velho cacique
Que, de tanta água na boca,
Já estava tendo um chilique

Para não fazer desfeita
Peri tomou seu lugar
E foi logo tendo início
O suculento jantar

"Peri vai querer linguiça?"
Disse uma índia enrugada
"Obrigado, mas dispenso...
Vou comer só a salada"
"O que é isso, meu rapaz?"
Gritou de longe o pajé
"Se está sem apetite
Pelo menos coma um pé!"

Num prato, o pé foi servido,
Com cebola e rabanete
Nem ao menos foi tirado
Um enorme joanete

Peri hesitava muito
Mas, sem poder evitá-lo,
Resolveu que começava
Comendo um pequeno calo

Porém, triste é o ser humano,
Sem alma, sem conteúdo
Quando bate a dor da fome
Um homem come de tudo

Peri acabou com o pé
E logo queria mais
"Agora eu quero é carne
Me vê a parte de trás!"

O cacique, entre uns arrotos,
Bêbado das aguardentes
Chorava a sorte do morto
Que jazia entre os seus dentes
"Ele era um bravo guerreiro
Belo, forte, inteligente
Pena não estar aqui
Pra poder comer com a gente"

Peri não ouvia nada
Mamando muito cauim
Enquanto experimentava
Um bom pedaço do rim

Já pra lá de satisfeito
O chefe bebum contava
Uma história muito estranha
Que ninguém mais escutava

"Há um branco bunda-mole
Vivendo pra lá da serra
Que, mesmo passando fome,
A boa comida enterra"

"Noutro dia, o convidamos
Pra conhecer nossa aldeia
E, em honra, lhe preparamos
Uma saborosa ceia"

"O homem, mal-educado,
Jogou a comida fora
Mesmo sabendo que o prato
Servido era sua nora"
Interrompendo essa história
Aliás, muito cretina,
O chefe saiu correndo
Entre peidos, pra latrina

Já com a pança mais que cheia
Peri deixou sua mesa
Quando um garçom indigente
Apresentou-lhe a despesa

Era dinheiro demais
Um preço muito salgado
Pra desfrutar o prazer
De comer um homem assado

Peri logo foi falando
Que nada, por si, pagava
Já que por ser índio nu
Com carteira não andava

Veio o cacique à frente
De um bando de homenzarrões
Todos com as caras feias
E, nas mãos, grandes facões

"Peri - disse o velho sábio -
Comeu até fazer bico
Tem que ajudar na despesa
Nosso povo não é rico"
"Mas eu sou um convidado!"
Disse o guarani valente
Que, sem demonstrar cuidado,
Até palitava o dente

"Que cara de pau cobrar
Pela carne que eu comi
Com tanto nervo e gordura
Me fez lembrar a Ceci!"

O cacique admirado
Com a coragem desse moço
Mandou suspender a nota
E comeu Peri no almoço.

MEFISTÓFELES GOMES

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

PERDIGOTAS DE SABEDORIA


"Dai-me um saco de apoio e eu bajularei o mundo!!!"

GUINNESS BUQUE


No próximo sábado, nosso colaborador e amigo Riquito Rei tentará entrar para o Guinness batendo o recorde mundial do maior número de ovos babados em uma única página de jornal. Temos certeza de que, com todo o seu treino, Riquito trará mais esse louro de olhos azuis para o Brasil.