segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

CRÍTICA POLÍTICA


Diante das reclamações de que prestigiamos demais as declarações de nosso colaborador César Benjamin - e de que isso poderia prejudicar seriamente os nossos futuros contratos de patrocínio com a Petrobrás e o Banco do Brasil - oferecemos aqui uma análise totalmente isenta do escrito de César, realizada pelo ilustríssimo Dr. Maurício Cotia. Conhecido por ser um dos raros intelectuais brasileiros que não tem rabo preso com ninguém, o Dr. Cotia é um cientista político formado pela USP, com PhD em colheita de cana pela Universidade Autônoma de Guantanamo. Atualmente, além de escrever textos totalmente isentos para diversos jornais e revistas, Maurício Cotia trabalha para a prefeitura da Amazônia, implementando o programa "Balsa-família" (que pretende oferecer embarcações para as populações ribeirinhas carentes).

Jânio Quadros, entre uma Pitú e um Ballantines, falou certa vez das "forças ocultas", que levam um homem a sair da panelinha para se jogar no fogo. Quem sabe o mal que se esconde nos corações humanos? Só o sombra sabia... O que leva ao desvario de trocar o mamão-com-açúcar pelo osso-duro-de-roer? Não se enganem: César Benjamin não é tão puro quanto parece... seu discurso esconde a torpeza de um homem que - como ele próprio confessa - sempre preferiu viver cercado de marginais. O que o levou a abandonar seus antigos companheiros? A inveja? A vaidade? A gula? A luxúria? A preguiça? A avareza? A ira? Talvez tudo isso! César não esconde o desejo malévolo de "queimar o filme" de seu maior desafeto, de um líder que lutou bravamente contra os poderosos até ficar poderoso, combateu as elites até se tornar a elite da elite, e que enfrenta as megapotências exploradoras do capitalismo selvagem buscando um lugar entre elas para o nosso país. Para mostrarmos a plena verdade, submeteremos o texto de César Benjamin a uma pequena autópsia, em busca de suas motivações esdrúxulas, espúrias e inconfessáveis:

(1) "Deixo de lado os insultos e as versões fantasiosas."
César já começa por excluir elementos, mostrando seu caráter elitista. Temos certeza de que, como um verdadeiro líder aglutinador, o presidente Lula jamais dispensaria ambas as coisas.

(2) "O timing do lançamento foi calculado para que ele gire pelo Brasil durante o ano eleitoral."
Consideração fascista. A Constituição garante o livre direito de circulação, até mesmo para os filmes oportunistas. Se fosse uma obra de Bergman, Visconti ou Kurosawa, César certamente não estaria tão indignado.

(3) "Desconheço que uma operação desse tipo e dessa abrangência tenha sido feita em qualquer época, em qualquer país, por qualquer governante."
Pura falta de conhecimentos históricos! Obviamente, César ignora a campanha de Alexandre o Grande contra a Pérsia.

(4) "Em outros contextos históricos isso deu em fascismo."
E daí? Sabemos que o fascismo sempre garantiu muitos empregos e uma sobrevivência digna para a população, suprimindo as forças negativas e reacionárias. Neste aspecto, é mais do que legítimo que Lula se espelhe em grandes estadistas, em líderes populares como Hitler, Stalin e Mussolini, em vez de ficar só copiando o Getúlio Vargas e o FHC.

(5) "O presidente Lula sabe o que faz."
Outra acusação maldosa, dando a entender que nosso líder tem algum envolvimento ativo nos recentes escândalos que tanto divertiram a população. Com todas as suas grandes responsabilidades, nosso presidente nem sempre pode tomar conhecimento de tudo aquilo que ele faz.

(6) "A generalização do fisiologismo demoliu o Congresso Nacional".
Isso é uma ofensa ao grande gênio de Oscar Niemeyer. O Congresso foi construído no mais puro concreto armado e se prepara, inclusive, para gastar algumas dezenas de milhões em uma reforma da sua fachada e na troca dos tapetes persas.

(7) "Não existem mais partidos."
E isso é negativo? Será que o consenso e a harmonia são pecados tão graves, meu caro César? Se todas as forças políticas têm os mesmos interesses, fica mais fácil alcançar os grandes objetivos da nação, sejam eles quais forem. Se todos querem a mesma coisa: o poder, nada mais legítimo do que loteá-lo. Temos, sim, é que exaltar a abnegação de partidos como o PMDB e o PTB, que estão sempre dispostos a opoiar incondicionalmente todo e qualquer governo.

(8) "A política ficou diminuída..."
Trata-de de uma óbvia alusão preconceituosa à estatura pouco favorecida do nosso presidente...

(9) "Recuso-me a pensar o nosso país enquadrado pela lógica da disputa eleitoral entre PT e PSDB."
Claro! Está faltando o seu partido, não é? E com isso cai a máscara de bom-mocismo e surge a face de um homem cheio de preconceitos, que não admite que o poder supremo possa ser exercido por pessoas ignorantes, grosseiras, pobres de espírito, gananciosas e incompetentes. Pois saiba, Sr. César, que essa é a cara do nosso povo, que se orgulha de ter um presidente feito à sua imagem e semelhança.

MAURÍCIO COTIA