quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

GRANDES CAGADAS DA POESIA NACIONAL


Como, no Brasil, ninguém pode deixar de contribuir com a sua dose de imbecilidade para adubar o solo da nação, o poeta Vinícius de Moraes resolveu liquidar uma garrafa de Black Label e edificar as criancinhas com este refinadíssimo poema, musicado por Toquinho para o CD "Arca de Noé 2".

O PORQUINHO

Vinícius de Moraes

Muito prazer, sou o porquinho
Eu te alimento também
Meu couro bem tostadinho
Quem é que não sabe o sabor que tem
Se você cresce um pouquinho
O mérito, eu sei
Cabe a mim também

Se quiser, me chame
Te darei salame
E a mortadela
Branca, rosa e bela
Num pãozinho quente
Continuando o assunto
Te darei presunto
E na feijoada
Mesmo requentada
Agrado a toda gente

Sendo um porquinho informado
O meu destino bem sei
Depois de estar bem tostado
Fritinho ou assado
Eu partirei
Com a tia vaca do lado
Vestido de anjinho
Pro céu voarei

Do rabo ao focinho
Sou todo toicinho
Bota malagueta
Em minha costeleta
Numa gordurinha
Que coisa maluca
Minha pururuca
É uma beleza
Minha calabresa
No azeite fritinha.