terça-feira, 10 de novembro de 2009

AS SABEDORIAS DA OLIVINHA


Participação afetiva: Friedrich Nietzsche

Lutero disse que Deus não subsistiria sem homens sensatos, mas se esqueceu de dizer que ele poderia fazê-lo menos ainda sem os insensatos.

Nossos ouvidos estão abertos unicamente para as perguntas para as quais podemos encontrar respostas.

A solidão absoluta me parece cada vez mais a minha fórmula essencial, minha paixão fundamental. Cabe a nós provocar este estado, no seio do qual criamos nossas mais belas obras, e é preciso saber sacrificar a isso muitas coisas.

Me parece que, para os animais, o homem é um dos seus que perdeu o sentido da existência de uma forma perigosa. Eles o vêem como um excêntrico que ri, que chora e que se consagra à desdita.

Detesto os costumes duradouros. O fato de que uma circunstância se torne algo permanente me faz sentir como se um tirano se aproximasse de mim ou como se a atmosfera ficasse envenenada.

Chamo o meu sofrimento de “cachorro”. É fiel, inoportuno, desavergonhado, gracioso e inteligente como esse animal, e posso discutir com ele e descontar nele o meu mau-humor, tal como os demais fazem com um cachorro verdadeiro, com os seus empregados ou com a sua mulher.

Evidentemente, a minha cabeça não está bem colocada sobre os meus ombros, já que todos sabem melhor do que eu aquilo que eu devo fazer. Talvez sejamos todos como estátuas nas quais foram postas cabeças alheias. E não digo isso para ti, meu próximo, que és uma exceção.

O segredo para ter uma existência fecunda e feliz está em viver perigosamente.

Alguém é verdadeiramente livre quando deixa de sentir vergonha de si mesmo.

Nos encontramos dentro de uma prisão; a única coisa que podemos fazer é crer que estamos livres.

O homem religioso é uma exceção dentro da religião.

A fé nunca pôde remover montanhas, como vulgarmente se afirma. Pelo contrário, ela é capaz de colocar montanhas aonde elas não existem.