ADEPTA DO SANTO DAIME PROCESSA OS DONOS DA SEITA

Numa atitude inédita nos anais do consumo seguro de beberagens alucinógenas totalmente inofensivas, a artista plástica nipo-catanduvense Tomio Araque resolveu processar o célebre Pai João, líder supremo e guia espiritual de uma comunidade dos povos da floresta situada em Diadema, na Grande São Paulo. Segundo Tomio - responsável por algumas das instalações mais instigantes da mais recente Bienal Internacional de Mimoso do Sul - sua busca por novas inspirações e por um contato mais direto com as dimensões psicoestéticas ocultas na glândula pituitária fizeram com que ela se interessasse pela seita, para onde foi levada por um amigo (hoje residente no planeta Mercúrio). Encantada por todos os novos conhecimentos adquiridos com o consumo do santo daime, Tomio passou a frequentar frequentemente a casa de Pai João, cerca de três ou quatro vezes por dia, para fazer suas viagens astrais. Porém, segundo o depoimento de Tomio, Pai João estava realizando experimentos para desenvolver novos sabores para o seu chá, a fim de lançá-lo como um isotônico natural durante as próximas olimpíadas. Convidada a experimentar o santo daime sabor lima-limão, Tomio realizou normalmente a sua viagem astral, projetando o seu espírito para visitar uma amiga, residente na estrela Polaris. Porém, ao retornar para o seu próprio corpo, ela percebeu que havia algo errado, já que ocorreu aquilo que, na engenharia, poderíamos chamar de um "problema de encaixe". Apesar do "acidente de trabalho" ter aumentado bastante o valor de mercado das suas obras (além de ter melhorado consideravelmente a sua vida sexual), Tomio quer processar o Pai João como forma de advertir os jovens para que não troquem as drogas seguras - como o crac, o haxixe e a heroína - por produtos ainda não suficientemente testados pelos doidões do mundo inteiro.