sábado, 3 de abril de 2010

HITLER, O PAGODEIRO

ZIQUIZIRA DE AMOR

Um amor como o seu, assim anêmico
Não é algo que eu ache agradável
Pois me faz lembrar do papel higiênico
Que também é biodegradável

A paixão, quando começa, até que é boa
Nos outros, porque na gente é um saco
Legal é sacanear outra pessoa
Dizendo que o apaixonado é um fraco

Para quem gosta de amor, eu recomendo
Consumir fotonovela italiana
Pois, enquanto a gente fica lendo
Os amores do Paolo com a Giovanna
Vai muito lentamente se esquecendo
Da monótona paixão cotidiana

Vagando, o amante efeminado
Chorando, baba a sua dor boiola
Na mesa de um boteco araqueado
Tomando o seu porre de Coca-Cola

Ó tu, ser humano, ínfimo pentelho
Perdido num universo depilado
Será que, em casa, não tens um espelho
Que mostre esses teus chifres de viado?

Tantas paixões queimando dia-a-dia
Gastando o tempo da humanidade
Enquanto que a frieza e a apatia
São os únicos sentimentos de verdade


ADOLF HITLER