Pela escadinha de um courão subindo
Parei na sala, onde não entra o pejo;
Chinelo aqui e ali suado vejo,
E o fato de cordel pendente, rindo:
Quando em miséria tanta refletindo
Estava, me apareceu ninfa do Tejo,
Roendo um fatacaz de pão com queijo,
E para mim n'um ai vem rebolindo:
Dá-me um grito a razão: — "Eia fujamos
Minha porra infeliz já deste inferno...
Mas tu respingas? Tenho dito, vamos..."
Eis a porra assim diz: — "Com ódio eterno
Eu, e os sócios colhões em ti mijamos
Para baixo do embigo eu só governo."
(Manuel Maria Barbosa du Bocage)
Parei na sala, onde não entra o pejo;
Chinelo aqui e ali suado vejo,
E o fato de cordel pendente, rindo:
Quando em miséria tanta refletindo
Estava, me apareceu ninfa do Tejo,
Roendo um fatacaz de pão com queijo,
E para mim n'um ai vem rebolindo:
Dá-me um grito a razão: — "Eia fujamos
Minha porra infeliz já deste inferno...
Mas tu respingas? Tenho dito, vamos..."
Eis a porra assim diz: — "Com ódio eterno
Eu, e os sócios colhões em ti mijamos
Para baixo do embigo eu só governo."
(Manuel Maria Barbosa du Bocage)