sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

RIQUITO REI CONTA...


A VERDADEIRA HISTÓRIA DE RONALD McDONALD


Há muitos anos, na pequena cidade norte-americana de Boston, à beira do lago Titicaca, um jovem cheio de talento e ambição dava seus primeiros passos no caminho do trabalho (esta primitiva forma de ganhar dinheiro, antes da invenção da propina e do bolsa-família). Seu nome era Bob's McDonald e tudo o que ele queria era subir na vida e se tornar um modesto multibilionário monopolista. Sem muito estudo e de origem humilde (tal como alguém que todos nós conhecemos), ele só havia encontrado um trabalho disponível na cidade: faxineiro de um enorme matadouro que abastecia as churrasqueiras e as panças gordas da região. Todos os dias, com sua vassoura ensanguentada, McDonald recolhia e amontoava os restos desprezados de todos os animais brutalmente assassinados, que seriam recolhidos pelo caminhão da fábrica de rações.

Porém, alguns homens nasceram para servir, enquanto outros jamais servirão para nada. Um dia, diante de uma pilha de sebo e vísceras gosmentas, McDonald foi iluminado por uma idéia que mudaria os rumos da humanidade: "Porque desperdiçar todo esse alimento com bois e vacas canibais, quando existe tanta gente por aí passando fome?". Imediatamente, mostrando o que separa os realizadores dos meros sonhadores, McDonald encheu um saco com aqueles restos e, de saco cheio, correu para o seu quitinete no Brooklyn. Com um moedor de carne, comprado numa loja de 1.99, ele logo começou a transformar o seu sonho em realidade, misturando tudo o que podia ser triturado com alguns restos de carne que estavam jogados na geladeira. Logo, para sua imensa alegria, ele tinha diante de si uma montanha de pasta rubro-azulada, que logo foi transformada em hambúrgueres e levada ao fogo, com todos os temperos que o empreendedor conseguiu encontrar. Depois de fritos, restava a McDonald avaliar o seu sabor: como ele não era bobo nem nada, ofereceu a iguaria a um vizinho (que também não era tão bobo e sugeriu outro vizinho, que era seu desafeto). Usando alguns glutões como cobaias gratuitas, McDonald logo desenvolveu o que viria a ser a maior mina de ouro da indústria ianque: conservantes, aromatizantes, sabores artificiais e muito sal foram moldando paulatinamente a sua forma imortal. A idéia de esconder o resultado dentro de um pão, a fim de que ninguém pudesse ver a aparência pálida e gordurosa daquele pretenso pedaço de carne, foi um lance decisivo. Porém, faltava aquele pequeno detalhe que distingue a Angelina Jolie de um babuíno. Todos os que provavam o seu hambúrguer eram unânimes em dizer que ele era ótimo, embora não tivesse absolutamente gosto nenhum. Cercado de cantinas italianas, McDonald não tardou a ver que sua invenção tinha as mesmas características do macarrão: não passava de um insosso entope-bucho. Para se transformar em comida de verdade, faltava o molho!!! Desprezando as criações da cozinha italiana, McDonald logo desenvolveu duas perfeitas maravilhas: o catchup e a mostarda, molhos entupidos de condimentos picantes que, em hipótese alguma, deixariam qualquer um dos seus futuros clientes conhecer o verdadeiro gosto daquilo que comeriam. Com sua invenção totalmente desenvolvida, Mc foi procurar um capitalista que pudesse transformá-lo em outro capitalista. Diante das possibilidades que se abriam para um futuro radiante, não foi difícil encontrar um sócio que reconhecesse todo o seu valor, deixando até mesmo que o produto recebesse o seu nome.

Porém, na sofisticada indústria norte-americana, um produto não tinha a menor chance de se desenvolver plenamente sem um símbolo que o tornasse rapidamente distinguível para a massa dos consumidores. Sem conhecimentos profundos de marketing (já que não era tão perfeito quanto o seu similar brasileiro), McDonald foi procurar um consultor, que cobrou os tubos para resolver o seu problema. Do alto da sua sapiência milionária, o marqueteiro disse ao empresário que o melhor símbolo para um produto era aquele que melhor representasse o seu consumidor, que parecesse familiar, como se o produto fizesse necessariamente parte da sua existência cotidiana. "É imperativo - disse o marqueteiro - que os seus clientes se vejam nesse símbolo, para não perceberem que estão jogando o seu dinheiro no lixo". Para falar com mais conhecimento de causa, o marqueteiro pediu a McDonald que lhe deixasse provar o seu produto. Depois da degustação, o ansioso empresário indagou: "Mas, então, qual é o símbolo que melhor representaria os meus fregueses, aqueles que vão se tornar consumidores diários dos meus deliciosos hambúrgueres?". "Meu amigo - disse o marqueteiro, enquanto tomava um sal-de-frutas - para comer esse seu fast-food todos os dias, só sendo um grande palhaço!"