segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

CAFÉ COM LEITE FILOSÓFICO


Dentro da série de depoimentos intitulada ALTERNATIVAS POLÍTICAS PARA O BRASIL DO GOVERNO DILMA, apresentamos o ponto de vista de nosso querido camarada POL POT, antigo líder do Khmer Vermelho e ex-chefe de governo do Camboja (também conhecido como um dos mais profundos humanistas e pensadores políticos do sudeste asiático). Com a autoridade de um líder que solucionou boa parte das contradições políticas e sociais de seu país, Pol Pot defende uma alternativa polêmica mas inegavelmente eficaz.



GENOCÍDIO, UMA QUESTÃO DE
SANEAMENTO SOCIAL

Imagine, meu leitor brasileiro, se você fosse o único habitante desse seu belo país. Será que você seria um homem pobre e passaria alguma necessidade? Certamente que não, e muito pelo contrário. Você seria, possivelmente, o homem mais rico do mundo, dispondo de um latifúndio de milhões de quilômetros e de bens praticamente inesgotáveis. Se isso é verdade - como é evidente - o que faz dos brasileiros um povo tão pobre? Certamente, é o seu grande número. Aquilo que seria uma fortuna incalculável para um único homem, se transforma em uma ninharia para milhares e milhões. Identificamos, então, as causas da pobreza no excedente populacional. Também os conflitos sociais nascem do mesmo motivo: quanto mais indivíduos convivem numa mesma sociedade, mais são os pontos de vista e os interesses discordantes e contraditórios. Imaginemos um único homem remando seu barco em um rumo certo e definido, enquanto dez homens remam um igual barco em dez diferentes sentidos e direções. Qual dos dois barcos chegaria ao seu destino? Assim, quanto menos cabeças pensam e decidem, mais um Estado é pacífico e feliz, pois um Estado nada mais é do que um barco vagando pelos tormentosos oceanos da História. Também, do ponto de vista profilático, o excesso populacional mostra todo o seu caráter danoso. Quando as pestes e epidemias se abatem sobre um povo, os pequenos grupos isolados nos campos permanecem sadios e felizes, enquanto as multidões nas cidades perecem miseravelmente. Tudo isso - e muito mais, que seria supérfluo mencionar aqui - nos mostra sem qualquer sombra de dúvida os males de uma grande população, que precisa sempre mais de alimento, emprego, saúde, segurança e educação. Um governante sábio conhece as necessidades de seu povo e não teme aplicar os remédios adequados para cada moléstia, mesmo que os doentes reclamem, chorem e lamentem pelos cuidados que recebem. Assim, mesmo sabendo que alguns espíritos preconceituosos e corrompidos não deixarão de nos criticar, sugerimos que a melhor solução para o governo Dilma seria um amplo projeto de extermínio em massa, que suprimisse todo o excedente e adequasse o contingente populacional à infra-estrutura vigente. Assim, em vez de consumir verbas preciosas na construção de novas creches, escolas e hospitais, o governo brasileiro poderia investir na melhoria do seu poderio militar, única forma de garantir o respeito internacional diante da sanha dos tigres capitalistas. Sugiro, então, que o novo governo brasileiro adapte para a sua realidade nacional o bem-sucedido projeto de campos de extermínio que utilizei no Camboja: o que me permitiu não somente reduzir substancialmente o número de pobres, doentes e desocupados, mas também eliminar completamente qualquer resquício de crítica e de oposição. Minha obra, realizada em poucos anos, é um exemplo do que pode ser feito com um pouco de determinação e muita convicção ideológica (coisa que sei não faltar à valente companheira Dilma, sempre disposta a dar o sangue alheio pela nossa causa). Quando 50, 70 ou mesmo 100 milhões de brasileiros descontentes forem chacinados, não apenas o Brasil será um grande barco a navegar tranquilo rumo ao seu destino, mas ainda transformaremos o que antes era erva daninha em um fértil adubo para o crescimento da nação.

POL POT